segunda-feira, 28 de março de 2011

Medicos e Planos de Saúde - Resistência a Novas Tecnologias.


Há algumas semanas fui chamado por um Plano de Saúde pra "me explicar" porque eu pedia alguns materiais especiais pras Tireoidectomias enquanto outros cirurgiōes não pediam. Mostrei que tinha embasamento científico, como todos os tratamentos que faço. Na verdade há varios motivos pra outros cirurgiões não usarem esses materias. Alguns porquê não sabem usar, alguns não se atualizam e, portanto, não reconhecem suas vantagens, e outros que até gostariam de usar mas são desestimulados pelos convenios, que exigem mil relatórios e as vezes simplesmente negam sem maiores explicações. Os cirurgiōes que não usam essas novas tecnologias não estão errados, afinal é possível fazer cirurgias seguras a moda antiga, e essa é a realidade da maior parte do país. Mas as novas tecnologias vieram pra ficar, tornar as cirurgias menos invasivas, com menos sangramento, mais rápidas e com melhor recuperação.
Há alguns estudos que associam a incorporação de novas tecnologias em medicina a cirurgiões mais novos, que têm maior intimidade com elas. A resistência em mudar sempre vem principalmente de médicos mais antigos e acomodados com o que já sabem. Por isso no século XIX quem operava tireoide chegou a ser considerado açougueiro, e já no século XX, quem iniciou as cirurgias videolaparoscópicas chegou a ser chamado por colegas de profissão como portador de distúrbios mentais.
As novas tecnologias ajudam a realizar cirurgias minimamente invasivas e videoassistidas da Tireoide, Tireoidectomia sem ligaduras e Esvaziamento Cervical sem ligaduras. São técnicas que se utilizam de novos materiais para tornar a cirurgia mais rapida , com menos sangramento e, muitas vezes, sem necessidade de drenos.
O artigo V, dos princípios fundamentais do Código de Ética Médica Brasileiro diz o seguinte:
Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente.
E o artigo VIII:
O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.

Por isso e outros motivos no dia 7 de abril de 2011 todos os médicos devem aderir a paralisação geral. Vejam a carta do CFM (Conselho Federal de Medicina)
Médicos param em 7 de abril contra os Planos de Saúde


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